ATESTADO DE INCOMPETÊNCIA INSTITUCIONAL.
Reza, a nossa Carta Magna
vigente, que a Segurança Pública é Dever do Estado, Direito e Responsabilidade
de todos. São palavras muito fortes, no entanto, a segurança pública é o que
menos funciona neste país. Agregando-se outros fatores ao modelo mais do que
ultrapassado de se pensar e fazer segurança pública, num país de tamanha
extensão territorial e de culturas diversificadas, temos ainda, a incompetência
institucional e até pessoal, daqueles que se propõem a “assegurar” vidas e
patrimônios.
É certo que, prender pessoas
em atitudes suspeitas, contribuiria para o processo preventivo a criminalidade,
mas nossa lei, só permite prender quem estiver em situação de flagrância, mais
certo ainda, é evitar que o crime aconteça. Foi dessa situação, que tiramos o
título desta análise pois, a polícia ostensiva, é eminentemente preventiva e,
repressiva, somente em casos extremos.
O que acontece, é que, a
polícia que deveria se antecipar aos fatos, através da presença, da farda, da
sirene e da intermitente, “prefere” correr atrás do criminoso, indo na
contramão do seu mister constitucional.
Ainda, a polícia judiciária,
científica, de investigação, aventura-se fazendo blitzen, de forma ostensiva,
deixando de lado, a pilha de inquéritos constantes em seus arquivos, indo também,
na contramão da história da segurança pública.
É bem mais barato para o
Estado, “encher” as ruas de policiais e viaturas, do que “gastar” com uma real
educação de qualidade, não pelo valor monetário, mas pela continuação da
alienação da população, a qual, sem entendimento de como cobrar dos
governantes, se satisfaz com meia dúzia de policiais e uma ou duas viaturas,
não cobrando sequer, a qualificação desses policiais, suas motivações, valores
agregados aos salários. Veja o absurdo: “o
governo vai criar um fundo para custear a educação dos filhos de policiais
mortos em objeto de serviço”. Ou seja, o profissional precisa morrer para
garantir a faculdade dos filhos.
Pois bem, digo-lhes que
local seguro, é aquele que não tem policiamento e isso, pode ser visto a olhos
nus. Senão, vejamos: você já viu viaturas policiais em ”bairros nobres”? O
mínimo possível, não é? Isso, por que os chamados “bairros nobres” são muito bem
estruturados, com boas escolas, bons hospitais e muitas áreas de lazer. Por
isso, esses bairros têm pouco ou nenhum policiamento, pois são seguros.
Já a periferia, ou “bairros
pobres”, não dispõem de boas escolas, de bons hospitais e poucas ou nenhuma opção
de lazer e ainda, seus habitantes economicamente ativos (pais, mães e
irmãos\ãs) mais velhos\as, passam o dia fora, trabalhando, deixando as crianças
sozinhas ou com pessoas sem qualificação para orientá-las e os adolescentes,
sozinhos, a mercê de todas as maldades do mundo, onde, muitos, sem um norte,
uma referência, um bom exemplo, entregam-se ao uso de substâncias alucinógenas,
numa vã tentativa de preencher os espaços vazios dentro de si. O resultado
desse círculo, é a violência, a desilusão e banalização pela vida.
Então, o Estado, sem ter
como reverter essa situação, coloca a polícia para “recolher o lixo”, quanto
mais “lixo” mais polícia.
Então, local seguro é local
onde não tem polícia.