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quinta-feira, 23 de maio de 2013

O QUE ESTÁ ACONTECENDO?

LEI DO PRAZO PARA O TRATAMENTO DE CÂNCER

Agora eu quero ver. Essa lei tem que ser cumprida à risca. - do autor do blog.


Lei que prevê tratamento de câncer em 60 dias vale a partir desta quinta.

Prazo conta após diagnóstico e inclusão de dados no prontuário médico.
Quase 280 unidades do país farão cirurgia, químio e radioterapia pelo SUS.

Luna D'AlamaDo G1, em São Paulo


Entra em vigor nesta quinta-feira (23) a lei federal que estabelece um prazo máximo de 60 dias para que pessoas com câncer iniciem o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Nesse período, que conta a partir da confirmação do diagnóstico e da inclusão dessas informações no prontuário médico, os pacientes devem passar por cirurgia ou iniciar as sessões de químio ou radioterapia, conforme a indicação de cada caso.
A lei foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff em novembro do ano passado e tinha 180 dias para começar a valer.
A nova regra, porém, não vale para três casos: câncer de pele não melanoma (a biópsia às vezes já é o tratamento), tumor de tireoide com menor risco e pacientes sem indicação de cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. Em algumas dessas situações, porém, o uso de remédios deve começar logo após a detecção da doença.
A previsão do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é de que 518 mil casos de câncer sejam diagnosticados em 2013, número que deve aumentar com o envelhecimento da população e o aumento do tabagismo no sexo feminino.
Em todo o país, 277 hospitais, centros e institutos estão habilitados a realizar procedimentos oncológicos pela rede pública. Há unidades em todos os estados, mas cinco deles – quatro no Norte e um no Nordeste – têm apenas um local de tratamento. É o caso do Acre, Amapá, Amazonas, Roraima e Piauí.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, será preciso ampliar os serviços principalmente nessas duas regiões e no interior do país. Os investimentos para isso têm sido feitos desde 2011, com a implantação de 80 novos centros de radioterapia, aquisição de equipamentos e parcerias junto ao Ministério da Educação (MEC) para formar profissionais na área de oncologia, o que leva de dois a três anos.
"[Isso] Vai exigir uma reorganização dos estados e municípios, dos hospitais. (...) Outro grande desafio é termos mais médicos especialistas em câncer", disse Padilha, em entrevista à Globo News.
De acordo com o secretário de Atenção à Saúde do ministério, Helvécio Magalhães, os cinco estados com apenas uma unidade de atendimento ao câncer pelo SUS apresentam um perfil populacional baixo, e o cálculo do número de locais necessários é feito com base no total de habitantes. Apesar disso, segundo Magalhães, esses "vazios assistenciais" serão identificados e corrigidos.
Rosemar e Jaciara em tratamento contra o câncer em Ribeirão (Foto: Fernanda Testa/G1)
Rosemar e Jaciara fazem tratamento de câncer
em Ribeirão Preto (SP) (Foto: Fernanda Testa/G1)
Para quem mora no Norte e no Nordeste, muitas vezes a saída é viajar milhares de quilômetros em busca de atendimento especializado. Foi o caso de duas mulheres, uma de Rondônia e outra da Paraíba, que foram diagnosticadas no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
Rosemar Rodrigues Barbosa, de 25 anos, e Jaciara de Lima Cosmo, de 18, fazem parte dos 6% dos atendimentos do hospital que incluem pessoas de fora da região. As duas começaram o tratamento menos de 20 dias após o diagnóstico da doença: uma tem um tumor na língua e a outra, um linfoma (câncer no sistema linfático).
Na tentativa de ajudar no tratamento de pacientes com câncer, clínicas privadas também poderão se credenciadar ao SUS. O objetivo do Ministério da Saúde é aproveitar a estrutura que já existe e expandi-la em novos turnos. Magalhães conta que 20 serviços privados de radioterapia estão se credenciando à rede pública, e outros já 50 foram consultados pelo governo.
"A data de hoje é um marco na disposição legal, mas nada acontece de um dia para o outro. Apoiamos a iniciativa da lei porque vira uma força a mais para o que já estávamos tratando de forma especial, que são as doenças crônicas. Cada vez mais, conseguimos colocar o câncer no centro da Política Nacional de Saúde", avalia.
Novo sistema
Desde o dia 16, municípios e estados brasileiros têm acesso ao Sistema de Informação do Câncer (Siscan), um programa de computador que reunirá o histórico de todos os pacientes oncológicos e do tratamento de cada um.

Reginaldo Filho e sua esposa, no Recife (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Desenhista Reginaldo da Silva Filho e a mulher,
Laudiceia, no Recife (Foto: Katherine Coutinho/G1)
A partir de agosto, as prefeituras e os governos estaduais serão obrigados a cadastrar as informações nesse sistema – que estará disponível ao público, via internet. Quem não cumprir o acordo terá repasses suspensos por parte do governo federal.
"O Siscan vai permitir um monitoramento online em tempo real, mostrar onde há mais dificuldades, a concentração dos tipos de câncer, para elaborar forças-tarefa e agilizar procedimentos. Onde houver indícios de descaso por parte de um gestor ou prestador, haverá punição administrativa", explica o secretário.
Mais de mil pessoas foram treinadas a usar o novo sistema, com cursos a distância e manuais, segundo Magalhães. Depois de agosto, será feito o primeiro balanço, que após esse período deve ser mensal.
O Siscan ainda não chegou, porém, a instituições como o Hospital do Câncer de Pernambuco, onde o desenhista Reginaldo Carlos da Silva Filho, de 23 anos, luta contra um câncer nos ossos e nos pulmões. Após os primeiros sintomas, há cinco anos, ele levou oito meses para receber atendimento e mais de cinco meses para iniciar o tratamento.
Toda semana, Reginaldo viaja quase 70 km da cidade onde mora, Lagoa de Itaenga, até o hospital em Recife. Ele tem recebido o apoio da mulher, que conheceu em São Paulo, depois de nove meses de conversas a distância, e com quem se casou em fevereiro.
Apoio familiar incentiva irmãs na busca pela cura do câncer em unidades de saúde de Campinas (Foto: Anaísa Catucci/ G1 Campinas)
Irmãs Clediléia e Clereni se apoiam uma na outra
para vencer o câncer (Foto: Anaísa Catucci/G1)
Demora no diagnóstico
Um dos problemas que a nova lei não contempla é a demora que o paciente enfrenta para obter o diagnóstico correto da doença. Esse foi o caso da vendedora Clediléia Maria Magalhães, de 35 anos, que vive em de Campinas (SP) e levou oito meses para receber o resultado de uma mamografia, que acabou identificando um nódulo. Agora, ela vive uma fase de "angústia, com um peso nas costas", à espera de novos exames para saber se se trata de um tumor maligno.

"O médico do posto disse que tem possibilidade de não ser câncer e que há casos mais graves na minha frente. Mesmo com a orientação de um oncologista, que me examinou e pediu exames pré-operatórios, ele resolveu cancelar tudo, depois solicitou uma ultrassonografia e, se for possível, irá encaminhar para um mastologista", disse.
Já a irmã mais velha de Clediléia, Clereni Maria Cândido, de 47 anos, foi diagnosticada em 2007 com um tumor no ovário que se espalhou para outros órgãos. Para detectar a doença, ela resolveu pagar as próprias despesas – pelo menos, R$ 2,5 mil. Acabou passando por três hospitais, quatro cirurgias e se aposentou por invalidez.
Para o oncologista Pedro Ricardo de Oliveira Fernandes, do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, em Campinas, a nova regra não melhora os problemas da rede pública.
"Diante da situação que enfrentamos hoje, é uma utopia acreditar que vai ocorrer com tanta agilidade a mudança do cenário que temos nos hospitais da cidade. Os exames ambulatoriais pelo SUS demoram muito e, quando precisamos de exames sofisticados, existem pacientes que morrem na fila por conta da precariedade", diz.
Francisca Camurça Rondônia (Foto: Ivanete Damasceno/G1)
Dona de casa de Rondônia se queixa da demora
para ter diagnóstico (Foto: Ivanete Damasceno/G1)
Na opinião do secretário de Atenção à Saúde do ministério, Helvécio Magalhães, os serviços do SUS devem facilitar o diagnóstico por meio de exames como ultrassom, endoscopia e colonoscopia.
"Outro ponto é apostar na detecção precoce. Quanto mais cedo o médico, na atenção básica, suspeitar de algo, maior pressão haverá para o paciente fazer os exames e iniciar o tratamento", diz.
Esse é o ponto fraco da maioria dos casos. Segundo Rodrigo Almeida de Souza, diretor do Hospital de Base Ary Pinheiro, em Rondônia, o diagnóstico precoce depende do tempo que o paciente leva para procurar o posto de saúde e ser encaminhado a um especialista.
Esse tempo prolongado pode ser determinante, como vive na pele a dona de casa Francisca Camurça, de 53 anos, que faz tratamento contra um câncer de mama em Porto Velho, após quase sete meses de espera pelo resultado.
Sobre o tratamento, Francisca não tem queixas. "Começou rápido, o que demorou foi detectar a doença", lamenta.
Conceição faz acompanhamento médico (Foto: Alan Schneider / G1)
Costureira Conceição faz acompanhamento médico
em Jaú, no interior de SP (Foto: Alan Schneider/G1)
Apesar de essas situações de longa espera não parecerem exceção, há casos exemplares de atendimento de câncer no país. Os moradores do interior paulista Conceição Aparecida de Matos e José Gomes Ferreira, de 71 anos, se beneficiaram da rapidez dos serviços oferecidos em Jaú.
Ela, que trabalha como costureira, foi diagnosticada com câncer de intestino e ele, de próstata. Em um mês, Conceição passou por cirurgia e agora faz acompanhamento. José segue o mesmo caminho, e admite que a falta de informação e o preconceito para fazer exames preventivos fizeram com que ele só procurasse um médico aos 60 anos de idade.
Paciente Maria Nere mostra uma chapa de raio X que detectou a presença de um tumor na mama esquerda (Foto: Lucas Nanini/G1)
Antes de detectar tumor de mama, professora do DF
ouviu que 'câncer não dói' (Foto: Lucas Nanini/G1)
Após fazer um autoexame das mamas em 2011, ela suspeitou que estava com câncer no seio esquerdo. Consultou-se com dois ginecologistas do SUS, e eles disseram que era apenas gordura e que não deveria se preocupar, pois "câncer não dói". Mas dois exames feitos no mesmo ano mostraram que os especialistas estavam errados.
Hoje, após fazer cirurgia e sessões de químio e radioterapia, Maria Aparecida espera pelo resultado de uma ressonância magnética – feita em clínica particular – para saber se um caroço identificado no tórax e outro na mama esquerda são novos tumores.
Ajuda influente
O aposentado gaúcho Adão Monteiro, de 66 anos, acredita que só conseguiu o tratamento contra um câncer de próstata porque teve ajuda de um vereador.

Ele esperou 11 meses para tratar a doença, diagnosticada em 2011, e precisou passar por 37 sessões de radioterapia no Complexo Hospitalar da Santa Casa, em Porto Alegre.
Adão Monteiro esperou 11 meses por tratamento de um câncer (Foto: Tanise Scherer/G1)
Aposentado teve ajuda de vereador para iniciar
sessões de radioterapia (Foto: Tanise Scherer/G1)
"Foi demorado. Se não conhecer ninguém influente, a pessoa morre. Eles não dão bola. (...) É um descaso com o ser humano. Quando a pessoa estiver morrendo, daí eles atendem", desabafa a mulher de Adão, Regiane Alves Monteiro.
Outro entrave vivido por pacientes com câncer é a falta de acesso aos medicamentos necessários ao tratamento, que às vezes não são encontrados no SUS e precisam ser comprados. Adão também passou por isso, e decidiu entrar na Justiça contra a Prefeitura de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, onde mora, para receber o remédio de que precisava.
Atendimento
Dados do ministério mostram que, antes mesmo da nova lei, 78% dos casos de câncer em estágio inicial já têm sido tratados em até 60 dias. Nos casos de câncer em estágio avançado, esse índice sobe para 79%. As informações mostram ainda que 95% das crianças e dos adolescentes começam a ser tratados dentro desse prazo.

Apesar disso, ainda há uma grande desigualdade de tratamento em cidades mais distantes dos grandes centros urbanos, disse Padilha.
Queremos reduzir as desigualdades em relação ao tratamento de câncer no país. Queremos que todos sejam tratados em 60 dias"
Alexandre Padilha,
ministro da Saúde
"Queremos reduzir as desigualdades em relação ao tratamento de câncer no país. Queremos que todos sejam tratados em 60 dias", afirmou.
Se o prazo máximo estiver próximo do fim e o tratamento ainda não tiver começado, os pacientes poderão procurar e cobrar a Secretaria Municipal de Saúde, segundo Padilha.
"Sabemos que será um grande desafio para os municípios cumprirem o prazo, mas é preciso que o cidadão busque informações nos equipamentos de saúde. [...] O ministério também terá uma comissão de acompanhamento de cumprimento dos prazos em todo o país", disse.
Segundo o secretário de Atenção à Saúde do ministério, Helvécio Magalhães, o paciente ou os familiares também podem ligar para o Disque Saúde (Ouvidoria Geral do SUS), no telefone 136.
Câncer no Brasil
O Inca prevê 518 mil novos casos de câncer em 2013. No ano passado, foram mais de 500 mil diagnósticos de tumores, e o gasto público com internações foi de R$ 806 milhões. Esse é o segundo problema de saúde que mais mata no Brasil, atrás apenas de doenças cardiovasculares.
Entre as mulheres, o câncer que mais mata é o de mama – foram 12.705 casos entre 2010 e 2011, o que representa 15,3% das mortes femininas no país. Já entre os homens, o câncer de traqueia, brônquios e pulmões somou 13.677 casos no mesmo período, alcançando 14,2% dos óbitos.
O câncer não pode esperar, mas o tempo não é o principal fator determinante, e sim a qualidade do tratamento, se ele é correto, coerente"
Nise Yamaguchi,
oncologista
Para Padilha, a população brasileira também precisa melhorar os hábitos como forma de prevenção.
"É um problema de saúde pública que será cada vez mais presente por conta do modelo de vida, da urbanização e do envelhecimento. [...] A prevenção do câncer, antes de mais nada, é não fumar, ter hábitos saudáveis, fazer exercícios", destacou.
'Decisão cautelosa e útil'
Na opinião da oncologista Nise Yamaguchi, diretora do Instituto Avanços em Medicina e médica dos hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein, em São Paulo, a decisão do governo é extremamente cautelosa, útil, e vem da necessidade de agilizar o sistema.

"O câncer não pode esperar, mas o tempo não é o principal fator determinante, e sim a qualidade do tratamento, se ele é correto, coerente. É preciso saber o que se está fazendo, e isso não é imediato, depende da resposta do patologista, de uma biópsia", explica.
Nise diz que, na maioria das situações, dois meses são um prazo razoável. A exceção fica por conta de alguns tipos de leucemia, que avançam mais rápido. Em relação às metástases – quando um tumor se espalha para outros órgãos ou tecidos –, não é possível saber quando elas vão ocorrer, razão pela qual não dá para afirmar se 60 dias são um período seguro ou não.
De acordo com a especialista, na maioria dos países não existe esse tipo de lei. 
"Neste Brasil continental, seria impossível dar conta de um prazo menor, pois não adianta uma lei para não ser cumprida. Dentro de um ano é que poderemos avaliar essa medida", diz a médica.
*Colaboraram G1 PE, DF, RO, RS,  Ribeirão Preto e Franca, Bauru e Marília, e Campinas e Região

quarta-feira, 22 de maio de 2013

DESCOBERTA NA FAXINA

Sempre soube que não existe lugar específico para se achar grandes talentos. - do autor do blog


Agente de turismo que se comunica em  5 idiomas é 



descoberta na faxina.


Promovida, Maria da Conceição trabalha no Mercado Central, em BH.
Pernambucana recebe visitantes em inglês, espanhol, holandês e italiano.




Pedro Triginelli*Do G1 MG.


Maria Conceição da Silva, de 40 anos, é pernambucana, formada em contabilidade e se comunica nos idiomas inglês, holandês, italiano e espanhol, além do português. Ela conta que também se arrisca em outros dois, sueco e alemão. Morou sete anos na Holanda e, em 2012, mudou-se para Belo Horizonte. Ficou desempregada durante oito meses e, quando estava para desistir, omitiu algumas informações no currículo e conseguiu um emprego na faxina do Mercado Central, na capital mineira. A vida dela começava a passar por uma reviravolta a partir de 2 de maio, data da contratação.
Contadora que se comunica em cinco idiomas é descoberta na faxina. (Foto: Michele Marie/G1)Maria da Conceição, 40 anos, disse que já recebeu propostas na rede hoteleira (Foto: Michele Marie/G1)
“No final do mês de abril, eu tinha vindo pra BH para tentar uma última cartada. Mas, quando eu fui para entrevista no RH de uma empresa de serviços gerais, a moça do RH começou o questionamento, e, ao descobrir minha escolaridade e que eu falava outros idiomas, ela olhou para mim e disse: sinto muito, mas eu não tenho nada para lhe oferecer”, disse.
No final do mês de abril, eu tinha vindo pra BH para tentar uma última cartada"
Maria da Conceição da Silva, contadora
Para conseguir o novo emprego, Conceição explica que teve que fazer algumas “mudanças” no seu currículo. “Aí eu preenchi a ficha, mas menti as informações, por medo. Falei que tinha só a 8ª série, que tinha básico de uma contabilidade, que tinha feito um curso. Aí fiz outra entrevista com o superior na parte de segurança e entrei no dia 2 de maio para o trabalho na faxina”, falou.

Aproximadamente três dias após ingressar no novo emprego, enquanto conversava ao celular com uma pessoa em holandês, um colega de trabalho se assustou e correu para contar ao supervisor que a Conceição, como é conhecida no mercado, “estava ficando doida, falando coisas que ninguém entendia”.

Com a descoberta, ela conta que foi incentivada por muitos a tentar mudar de área. Não demorou, foi promovida e, hoje, trabalha em um estande de informações turísticas. Na nova função, ela "gasta" os idiomas que aprendeu.
Ao receber o G1 no Mercado Central, Conceição demostrou, em vídeo, saudações em inglês e holandês. Também orientou uma turista canadense. Desde que sua história ficou conhecida na cidade, ela chama a atenção de quem passa pelo mercado, como a de uma colombiana que a parabenizou em espanhol. No dia a dia, Conceição "escorrega" no uso e pronúncia de algumas palavras, o que não é impedimento para atender bem os turistas. Veja no vídeo ao lado.
Embora Conceição não tenha o domínio completo dos idiomas, ela mostra desenvoltura. "Ela consegue se comunicar, mas não pode ser considerada fluente na língua", disse o professor e tradutor holandês Jan Ooteman, consultado pelo G1.
Maria da Conceição contou que já recebeu duas propostas de emprego na área hoteleira, desde que foi descoberta no Mercado Central. Ela afirma que tem o “pé no chão” e não vai deixar o emprego atual.
Antes de chegar a Belo Horizonte, a pernambucana morou em Amsterdã, na Holanda. Depois de sete anos trabalhando em vários empregos no país estrangeiro, ela e a companheira decidiram voltar para o Brasil em 2012 e morar em Betim (MG). 
Conceição explica que, apesar de ser formada e falar quatro línguas, sua vida é igual à de muitas outras pessoas no Brasil. Mas confessa que ficou assustada com a reviravolta que sua vida sofreu depois que foi descoberta.
Agora, o Superintendente do Mercado Central, Luiz Carlos Braga, de 52 anos, quer aproveitar todo o potencial da pernambucana. “Na verdade, ela começou a trabalhar na limpeza aqui no mercado e levou o caso até minha gerência de RH, que veio falar comigo. E eu estava em um processo de seleção justamente para um agente de turismo, então eu quis conhecê-la. E para minha surpresa, a experiência que ela tem em vários idiomas era maior. Então, eu pedi os passaportes, comprovei os carimbos, e fiz um teste de conversação. E prontamente me atendeu. No dia seguinte, eu já a classifiquei e aumentei o salário dela” falou.

Conceição está fazendo um treinamento para conhecer melhor a cidade, o que vai ajudar nas informações turísticas.

*Colaborou Michele Marie, do G1 MG

terça-feira, 21 de maio de 2013

ARROCHA JOAQUIM

O Presidente do STF, Joaquim Barbosa, bota é pra arrebentar. - do autor do blog.


Presidente da Câmara diz que fala de Barbosa foi desrespeitosa.


MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA.

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou nesta segunda-feira (20), por meio de sua assessoria, que a crítica do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Joaquim Barbosa, à atuação do Congresso foi "desrespeitosa" e "não contribui para a harmonia" entre os Poderes.
Em uma palestra para estudantes universitários, o presidente do STF afirmou que os partidos políticos são de "mentirinha" e que o Congresso Nacional é "ineficiente" e "inteiramente dominado pelo Poder Executivo".

Alan Marques/Folhapress
Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara
Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara
Eduardo Alves, no entanto, afirmou que a fala não vai ampliar os contornos de crise que vem pautando a relação entre Judiciário e Legislativo nos últimos meses. O presidente da Câmara passa a semana em viagem oficial aos Estados Unidos.
"Uma desrespeitosa declaração como essa não contribui para a harmonia constitucional que temos o dever Supremo de observar. E, com a responsabilidade e maturidade que tenho, não quero nem devo tencionar o relacionamento entre os Poderes", afirmou o deputado.
Segundo o deputado, a democracia exige partidos políticos fortes e atuantes para a sustentação de um país justo.
"O Parlamento e os partidos políticos, sustentáculos maiores da democracia brasileira, e todos os seus integrantes, sem exceção, legitimados pelo voto popular, continuarão a exercer o pluralismo de pensamentos, palavras e ações em favor do Brasil mais justo e democrático", disse.
E completou: "Tenho consciência que esse é o verdadeiro sentimento do Poder Judiciário, do Poder Executivo e do Poder Legislativo".
Em nota divulgada no fim da tarde, o STF negou que o ministro quis fazer críticas ao Congresso. O texto afirma que a fala de Barbosa foi um "exercício intelectual feito em um ambiente acadêmico" e "não houve a intenção de criticar ou emitir juízo de valor a respeito da atuação do Legislativo e de seus atuais integrantes"

NEM OS ÍNDIOS ESCAPAM

Até nas aldeias indígenas do amazonas, a droga chegou. - do autor do blog.


Vício do crack alcança índios em aldeia do Amazonas.

Não existe mais área livre do crack no nosso país. A droga capaz de viciar em oito segundos chegou a comunidades que pareciam estar a salvo.


Nesta semana, o Jornal Nacional vai exibir uma série de reportagens especiais sobre uma praga que se espalha no Brasil inteiro: o consumo de crack.
Ao longo dos últimos anos, nós já mostramos o surgimento das cracolândias nos nossos maiores centros urbanos. Mais recentemente, nós vimos que o crack chegou a cidades médias e pequenas. E que os viciados, hoje, são de todas as classes sociais.
Mas, depois de um mês de viagens pelo Brasil, os repórteres Bette Lucchese, Mohamed Saigg, Leandro Cordeiro e André Maciel comprovaram uma suspeita. Não existe mais área livre do crack no nosso país.  A droga capaz de viciar em oito segundos chegou a comunidades que pareciam estar a salvo.
As imagens que lembram conflitos urbanos foram gravadas por um indígena. Cenas de um fim de semana comum na aldeia Tikuna, em Tabatinga, no Amazonas.
Nas mãos desses jovens índios,  tudo vira arma. Sob o efeito das drogas,  eles se dividem em gangues e travam duelos que muitas vezes terminam em morte. Trocam insultos na língua da tribo.
Tabatinga tem 52 mil habitantes. A polícia mapeou mais de 100 pontos de distribuição e venda de drogas. E descobriu também cracolândias. Com uma câmera escondida, a equipe do Jornal Nacional esteve em uma delas. A menos de 100 metros da principal avenida da cidade.
Na construção abandonada, um grupo usa o crack. Entre eles,  um índio. O cigarro é feito de raspas da pedra de crack. Outro índio tem 21 anos de idade e é dependente da droga desde os 15 anos.
Ele conta onde consome a droga: “Na floresta. No mato”. A mãe conta como descobriu o envolvimento do filho com drogas.  “Sumiu um rádio, panela, enxada, machado, tudo”, diz.
São duas aldeias Tikuna no município de Tabatinga, no extremo oeste do estado do Amazonas, a mais de mil quilômetros da capital, Manaus.

Uma região que faz fronteira por terra com a Colômbia e do outro lado do Rio Solimões, com o Peru.
“Primeiro a facilidade de acesso. Nós estamos dos lados dos maiores fornecedores. Segundo, custo. Baixo custo. Isso sim, aliado a uma miséria cultural por parte da população, faz com que o acesso a este tipo de droga seja procurado e seja facilitado pelo fornecedor”, explica Gustavo Pivoto, delegado da Polícia Federal.
O avanço das drogas nas aldeias tem prejudicado uma das principais atividades econômicas da tribo Tikuna. Muitos peixes como o tucunaré e o tambaqui, vendidos por preços mais altos no mercado, desaparecem de represas feitas para a criação dessas espécies. São roubados por índios que precisam manter o vício.
“Os jovens não querem mais trabalhar com o pai. Arromba a cerca e o que eles querem, lá pegam”, afirma um índio.
“A Funai sozinha certamente não terá condições de superar este problema de forma rápida. A Funai não tem atribuição para isso. Então o que a gente tem feito é buscar estas parcerias para que se estabeleça uma rede integrada de prevenção, de atenção e cuidado por um paciente indígena que já esteja inserido em um contexto de uso de crack, álcool e outras drogas”, aponta Maria Augusta Assirati, dir. Promoção Desenvolvimento Social Sustentável – Funai. 
A situação se agrava porque o alcoolismo, um problema antigo nas tribos, torna os efeitos do crack mais potentes, segundo psiquiatras.
O vice-cacique Manuel Nery conta que eles ficam agressivos: “Isso, quebrando a lâmpada da casa e joga pedra em cima da telha da casa e lá já vai começar a violência”.
À luz do dia, os rastros das batalhas. E as marcas da guerra não ficam só pelas ruas. Um índio mostra as marcas de facadas.

AGORA SEI PRA ONDE FOI MEU IMPOSTO DE RENDA

Sempre quis aber o que o governo fazia com os mais de mil reais retirados do meu salário para o Imposto de Renda. - do autor do blog.


Após boato, Caixa totaliza R$ 152 mi em 900 mil saques do Bolsa Família.

Beneficiários correram a agências após boato de que programa iria acabar.
Governo desmentiu rumores, e Polícia Federal abriu inquérito para apurar.

A Caixa Econômica Federal informou nesta segunda (20) que, após boatos sobre a suspensão do Bolsa Família, foram efetuados no sábado e no domingo cerca de 900 mil saques de benefícios do programa, que contabilizaram R$ 152 milhões.
A assessoria da Caixa não informou qual é a média diária de saques de recursos do programa. De acordo com nota divulgada no início da noite (veja íntegra no final desta reportagem), a instituição informou que o movimento nas agências está normalizado.
Rumores sobre a suspensão de pagamentos do Bolsa Família e também sobre um inexistente bônus pelo Dia das Mães levaram milhares de beneficiários a procurar no final de semana lotéricas e agências da Caixa Econômica Federal, o que gerou filas e tumultos em pontos de saque em 12 estados.
Nesses estados, beneficiários correram às lotéricas e agências após o boato de que o recebimento de valores do programa só seria feito até este sábado. Foram registradas longas filas e tumultos em diversos pontos de saque, principalmente em cidades do Nordeste e do Norte.
A origem dos boatos ainda é desconhecida – aPolícia Federal abriu inquérito para apurar o caso.
Para este ano, o Ministério do Desenvolvimento Social destinou R$ 24 bilhões para o pagamento de benefícios do programa Bolsa Família. De acordo com dados do ministério, o programa atende cerca de 13 milhões de famílias e o valor do benefício varia entre R$ 32 e R$ 306, de acordo com a renda familiar per capita e a composição familiar.
Nesta segunda, em Pernambuco, a presidente Dilma Rousseff classificou como "desumano" e "criminoso" o autor dos boatos.
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pela Caixa Econômica Federal.
NOTA DA CAIXA

A Caixa Econômica Federal informa que o movimento das agências foi normalizado ao longo da segunda-feira (20) e segue com os pagamentos do Bolsa Família, de acordo com o calendário do benefício. O banco ressalta que não há qualquer alteração no valor, local, data de pagamento e na forma de retirada. Os beneficiários que já retiraram o pagamento do mês de maio, somente realizarão o próximo saque no mês de junho, seguindo o calendário de 2013.

Hoje (20), as agências iniciaram o atendimento mais cedo e houve deslocamento de empregados para as salas de autoatendimento, visando prestar todas as orientações aos clientes. Cartazes informativos foram afixados em todas as agências da CAIXA, notas disponibilizadas via internet e nos terminais de autoatendimento.

O banco esclarece que as agências que registraram maior movimentação no último sábado (18) e domingo (19) foram nos estados do Pará, Piauí, Paraíba, Bahia, Pernambuco, Ceará,  Maranhão, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte, Amazonas, Tocantins e Rio de Janeiro. No último fim de semana foram registrados cerca de 900 mil saques do Bolsa Família, com a liberação de R$ 152 milhões de recursos.

A CAIXA reitera que as investigações sobre a origem dos boatos estão sendo conduzidas pelaPolícia Federal. Desta forma, a CAIXA aguardará a finalização das investigações e prestará todas as informações necessárias às autoridades policiais para colaborar com a apuração.