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quarta-feira, 3 de abril de 2013

SUCO COM ÁGUA SANITÁRIA


Anvisa mantém suspensão de venda de todos os lotes do Ades.


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta terça-feira que decidiu manter a suspensão da fabricação, da distribuição e da comercialização de todos os lotes dos sucos Ades de embalagens de 1 litro e de 1,5 litro com lotes iniciados por AG. Segundo a Anvisa, a Unilever precisa esclarecer informações para que o relatório de inspeção sanitária possa ser concluído. As pendências envolvem, entre outros pontos, a realização de manutenção preventiva da máquina que produz o suco e o treinamento dos operadores desta máquina.

"A Anvisa aguarda que a empresa Unilever Brasil Industrial cumpra com todas as exigências expostas pelas autoridades sanitárias de Minas Gerais para que a Agência possa avaliar, novamente, o caso. Enquanto a Agência não tiver informações sobre a segurança dos produtos, por precaução e para proteger a saúde da população brasileira, os mesmos continuarão suspensos", diz o comunicado da agência.


Em nota, a Unilever afirmou que a fábrica do Ades, em Pouso Alegre, já foi visitada duas vezes por autoridades e "todas as medidas corretivas solicitadas pela Secretaria Estadual de Saúde já foram implementadas". A empresa informou também que esclareceu todos os pontos estipulados pela Anvisa nesta terça-feira.


Pontos que a Anvisa pede mais explicações à Unilever:
- avaliação de "perigos e pontos críticos de controle" e especificações de riscos eminentes;
- contratação de um supervisor;
- realização de manutenção preventiva da máquina a cada três meses;
- treinamento recente dos operadores da máquina;
- controle de amostras relativo à produção dos dias 22 de março (a partir do 2º turno) ao dia 25 de março (até 3º turno);
- monitoramento do recall realizado pela empresa, "uma vez que ainda permanecem no mercado cerca de cinquenta unidades do produto impróprio para o consumo humano";
alteração dos critérios que determinam o início do processo de investigação
Entenda
Em 22 de março, a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais divulgou um comunicado sobre a contaminação de lotes da bebida Ades. Segundo a secretaria, a unidade de Pouso Alegre (MG) passou por inspeção pela equipe da Vigilância Sanitária estadual e municipal, que concluiu que houve falha no envase do produto sabor maçã, quando o estoque do tanque que alimentava a linha de produção estava reduzido - o que caracteriza o final do processo produção da bebida -, e, neste momento, é feito um processo automático de limpeza. "No entanto, o equipamento foi acionado novamente para o processo de envase", dizia o comunicado da secretaria mineira.
Segundo a equipe, ao embalar os sucos, a linha acabou utilizando solução de Hidróxido de Sódio a 2,5%, que é utilizada em processos de limpeza. Com isso, foram envasadas 96 unidades com Hidróxido de Sódio e não do suco de soja Ades, de 1,5 litro. "A empresa não constatou o desvio e o produto foi disponibilizado ao mercado", afirmava ainda o comunicado da secretaria. Os órgãos apontavam ainda que a falha se deu no processo de envase do Lote AGB 25, envasado no equipamento TBA3G no dia 25 de fevereiro e com validade até 22 de dezembro deste ano.
No mês passado, a Anvisa publicou no Diário Oficial da União a suspensão da fabricação, distribuição e comercialização do suco Ades em todo Brasil. A medida afetou os produtos fabricados na planta de Pouso Alegre (MG). Mais tarde, técnicos da Unilever disseram que houve falhas operacionais e erro humano no caso. O vice-presidente da empresa no Brasil, Newmam Debs, alegou que a contaminação foi "pontual".
Fazem parte da proibição de venda, distribuição e fabricação da Anvisa, os sucos em embalagens de 1 litro sabor abacaxi, cereais com mel, chá verde com tangerina, chá verde com limão, chocolate clássico, chocolate com coco, frapê de coco, laranja, maçã, manga, maracujá, melão, morango, original, pêssego, shake morango, uva, vitamina banana, zero frapê de coco, zero laranja, zero maçã, zero original, zero pêssego, zero vitamina banana, zero uva; embalagens de 1 litro promocional (pague 900 ml, leve 1 l) sabores laranja, uva e maçã; embalagens de 1,5 litro sabores maçã, uva, laranja e original.
Caso seja encontrado algum deslize do ponto de vista do direto do consumidor, a Unilever poderá ser multada em até R$ 6,2 milhões. Falhas sanitárias, como falta de boas práticas na produção, poderão ser passíveis de punição. A multa máxima que a Anvisa pode aplicar é de R$ 1,5 milhões.